Terceiro dia do Programa de Experiência Profissional: o que teve?
Dificuldades do início da carreira, desafios enfrentados ao empreender e candidatura à presidência da seccional capixaba da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) foram alguns dos temas abordados pelo advogado Ricardo Brum em visita ao seu escritório, abrindo as atividades do terceiro dia do 2º Programa de Experiência Profissional (PEP). Os participantes do Programa de Experiência Profissional (PEP).
Brum reforçou uma mensagem já apresentada por outros profissionais nesta edição do projeto: a advocacia não é uma profissão para quem tem pressa. Para crescer e se consolidar como advogado é preciso paciência, persistência e muito amor. Engana-se quem acha que terá retorno, seja ele financeiro seja de imagem, em dois, três anos.
Direto de Sampa
O terceiro dia seguiu com uma visita ilustre: a advogada Simone Haidamus desembarcou em Vitória, diretamente de São Paulo, para conversar com os peppers. Após se apresentar, Simone contou detalhes do início da carreira, falou sobre a formação e a dissolução de sua sociedade e os desafios de trilhar carreira solo. Também abordou pontos como a importância de ter um posicionamento claro no mercado, a diferença entre advocacia de massa e advocacia boutique e como consolidar parcerias estratégicas com outros advogados e escritórios.
Simone comentou ainda sobre as mudanças na profissão no decorrer dos anos. “A gente precisa se adaptar à nova realidade da sociedade e da advocacia. Hoje, a gente precisa fazer as pessoas entenderem que elas precisam de uma advocacia criminal preventiva, assim como já ocorre com a trabalhista, por exemplo. Os empresários estão precisando cada vez mais do parecer do advogado criminal para se antever. Caminhamos para uma advocacia cada vez mais consultiva. Essa é uma realidade que se avizinha”, destacou.
Questionada por um dos participantes sobre as dificuldades enfrentadas pela mulher advogada no exercício da profissão, Simone compartilhou situações que lhe incomodaram, mas que também a fortaleceram. “Em minha carreira já passei por situações constrangedoras por ser uma mulher advogada. Sinceramente, nunca me importei, pois considerava aquilo tão abominável que eu dizia para mim mesma que não me faria parar. Não podemos ter medo. Hoje temos formas de ir atrás e estamos começando a ser ouvidas. Estamos cada vez mais fortes e cientes de que temos voz. Não podemos deixar de fazer alguma coisa por sermos mulheres. Precisamos fazer e continuar fazendo. É uma resposta que precisamos dar para a sociedade. E se der medo, vai com medo mesmo!”, disse.
Nas montanhas capixabas
À tarde, os participantes pegaram a estrada para visitar a fábrica de refrigerantes do Grupo Coroa, sediada em Pedra Azul, região montanhosa do Espírito Santo. Com 85 anos de mercado, a empresa está presente não só no Espírito Santo, mas também no Norte do Rio de Janeiro, Leste de Minas Gerais e Sul da Bahia. O foco da vista foi conhecer o departamento jurídico do local, bem como suas especificidades e atribuições.
Os peppers foram recebidos pela responsável pela Gestão de Pessoas da empresa, Mara Oliveira, que fez uma breve apresentação sobre a história da Coroa, a atuação e as responsabilidades sociais da empresa. Em seguida, o bate-papo foi com o advogado Bruno Possi, que contou aos participantes que começou a fazer parte da Coroa como estagiário e em seguida contribuiu para a estruturação do departamento jurídico que até então era inexistente na empresa. Hoje, ele é responsável pelo setor.
A equipe de Gestão explicou que três escritórios atendem o Grupo atualmente, dentre eles o Peter Filho. De acordo com os responsáveis, é importante ter uma rede de proteção jurídica com expertise em áreas específicas. No entanto, com a implantação do jurídico interno, 80% dos casos conseguem ser resolvidos dentro da própria empresa. Bruno falou ainda sobre seu dia a dia da função e deu dicas aos peppers com relação às atividades de um advogado dentro de uma empresa.
O advogado e sócio do escritório Filipe Knaak Sodré aproveitou a oportunidade para compartilhar com os peppers sua experiência de trabalho em empresas familiares e com clientes do interior. “É preciso ter muita sensibilidade para atender esse público, pois a cultura organizacional é completamente diferente”, destacou.
Por fim, os peppers foram puderam conhecer a fábrica de refrigerantes, incluindo seus processos de fabricação, armazenamento e distribuição.
Confira todos os registros do terceiro dia do 2º Programa de Experiência Profissional: